A Bolívia recebe o reator
de volta ao conteúdoRepresentantes da Bolívia participaram da conclusão da montagem de testes do primeiro reator de pesquisa destinado ao Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear (CIDTN, na sigla em espanhol). Em breve, o reator será enviado à Bolívia para instalação.
Participaram da cerimônia a embaixadora da Bolívia na Federação Russa, María Luisa Ramos Urzagaste, representantes da Rosatom e do Governo da região de Ulianovsk. O Presidente da Câmara dos Deputados da Assembleia Legislativa Plurinacional da Bolívia, Jerges Mercado Suárez, participou da cerimônia por teleconferência.
Durante os eventos de teste, foram reproduzidos todos os processos de montagem dos principais equipamentos tecnológicos do reator, incluindo a instalação de blocos refletivos, modelos e simuladores de elementos combustíveis, elementos de controle e proteção, bem como os tubos de canal experimentais para garantir a qualidade de itens fabricados.
“A conclusão da montagem do controle do reator de pesquisa é um marco importante em todo o projeto boliviano, isso implica que o cliente deve vir, controlar a qualidade e verificar a documentação. Os processos de aceitação de equipamentos devem confirmar que os principais equipamentos de longo prazo foram fabricados de acordo com o projeto e são compatíveis entre si.”, disse Evgeny Pakermanov, presidente da Rusatom Overseas.
O reator de pesquisa de água pressurizada tipo piscina de 200 kW foi desenvolvido por especialistas da NIIAR. Sua vida útil é de 50 anos. O reator ficará localizado no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear (CIDTN), que está sendo construído na cidade de El Alto, a uma altitude de 4.000 metros acima do nível do mar. A instalação possibilitará a produção de radioisótopos para pesquisas na área de agricultura, ecologia e hidrogeologia. As suas instalações irão também proporcionar condições para a formação de alunos em especialidades nucleares.
“Em um futuro muito próximo, o reator irá para a Bolívia, e já neste ano iniciaremos sua instalação no local do centro”, disse Kirill Komarov, Primeiro Vice-Diretor Geral e Diretor da Unidade de Negócios e Desenvolvimento Internacional da Rosatom.
Kirill Komarov também lembrou que o complexo cíclotron, que faz parte do CIDTN, iniciou suas atividades recentemente. O aparelho passará a produzir radiofármacos para mais de 500 estudos por ano. No futuro, os três centros de medicina nuclear da Bolívia serão totalmente abastecidos com radiofármacos produzidos localmente.
A próxima etapa é a ampliação da linha de radiofármacos e a exportação para os países vizinhos. “É bom ver que o projeto já está beneficiando os cidadãos bolivianos e continuaremos a implementá-lo ativamente. O projeto deve estar concluído em sua totalidade em 2025”, enfatizou Kirill Komarov.
Além do reator de pesquisa, o CIDTN inclui um complexo laboratorial, um complexo cíclotron que produz radiofármacos para pesquisa clínica e um centro de irradiação multiuso onde até 70 toneladas de produtos agrícolas podem ser processados diariamente para melhorar sua segurança alimentar e prolongar sua vida útil.
“Este é um projeto importante para nós, e nossos parceiros em todo o mundo estão de olho. Neste ano, entregamos oficialmente o complexo do cíclotron ao cliente, e a primeira e mais moderna produção de radiofármacos da América Latina, idealizada por engenheiros russos, já está em operação na Bolívia. Estamos prontos para transferir o centro de irradiação multiuso para o cliente, pois a instalação está totalmente pronta“, disse Evgeny Pakermanov.
A Rosatom coopera ativamente com outros países da América Latina. Assim, em março deste ano, a estatal venceu a licitação da brasileira Eletronuclear para o fornecimento de 100 kg de hidróxido de lítio-7 para duas unidades da usina nuclear de Angra.
No início de maio, a Rosatom participou da maior feira de negócios da indústria nuclear brasileira, a Nuclear Trade and Technology Exchange (NT2E), organizada pela Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN). A solenidade de abertura contou com a presença do Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a Ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos e o Diretor Geral da AIEA, Rafael Grossi. A exposição contou com a presença de mais de 2.500 pessoas, mais de 130 delegados participaram em mesas redondas. Entre os temas discutidos durante o NT2E estava o papel da energia nuclear no desenvolvimento sustentável, planejamento energético, pequenos reatores modulares, extração de urânio, medicina nuclear e desenvolvimento de cadeias produtivas da indústria nuclear brasileira.
A Rosatom também participou da exposição e das palestras. Kirill Komarov, Primeiro Vice-Diretor Geral e Diretor da Unidade Internacional de Negócios e Desenvolvimento, falando no painel de discussão sobre o papel da energia nuclear no investimento em energia verde, observou: “Hoje vemos que a energia nuclear é interessante para os investidores. Um exemplo é o projeto Rosatom que estamos implementando na Rússia, que é a construção de quatro usinas nucleares flutuantes. O contrato do projeto é de 40 anos, no qual o cliente recebe um preço fixo para as próximas quatro décadas e nós, como fabricantes, temos a oportunidade de planejamento econômico estratégico para meio século à frente.”
No âmbito do NT2E, a Rosatom fechou novos acordos com seus parceiros brasileiros.
“Continuamos a desenvolver cooperação com a empresa brasileira INB para o fornecimento de produtos de urânio. No ano passado, vencemos a licitação internacional e assinamos um contrato de prestação de serviços de enriquecimento de urânio. Hoje, no Rio de Janeiro, foi assinado mais um contrato de fornecimento de urânio natural”, disse Kirill Komarov na ocasião da assinatura.