Movimentos no Ártico
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#280Agosto 2024

Movimentos no Ártico

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A Rosatom está desenvolvendo a infraestrutura da Rota do Mar do Norte (NSR) como a rota de carga mais curta entre o norte da Europa e a Ásia, parcerias internacionais e a construção naval no Ártico. Isso faz parte da grande estratégia do país para o desenvolvimento do Ártico.

Desenvolvimento do transporte de cargas ao longo da Rota do Mar do Norte

No início de julho, a Rosatom e a empresa chinesa de logística NewNew Shipping Line lançaram uma nova rota multimodal, a Express NSR 1. Do centro de logística de Bely Rast, próximo a Moscou, o trem de contêineres partiu para Arkhangelsk. Em seguida, as mercadorias foram carregadas em um navio porta-contêineres e transportadas ao longo da Rota do Mar do Norte até os portos chineses de Xangai e Ningbo. E em meados de agosto, no Porto Marítimo Comercial de Arkhangelsk, foi recebido com honras o primeiro navio que chegou da China pela rota “Expresso Ártico nº 1”. Em seguida, a carga foi enviada para Moscou e São Petersburgo. Por sua vez, a carga da China que chega ao porto de Arkhangelsk seguirá para Moscou e São Petersburgo.

Até o final do ano estão planejadas em total 12 viagens. A extensão do percurso é de cerca de 1,2 mil km ferroviários e 6,6 mil milhas náuticas. “O lançamento da Express NSR 1 é de importância histórica no contexto do desenvolvimento do projeto da Rota do Mar do Norte. A rota dará um novo impulso ao desenvolvimento da logística entre os dois países e promoverá a cooperação no campo do comércio”, disse o representante da NewNew Shipping Line, Ke Jin, na cerimônia.

O lançamento da rota marca o início da implementação do acordo assinado entre a Rosatom e a NewNew Shipping Line no Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, em junho deste ano. “Cooperamos com a Rosatom e recebemos o máximo apoio. E o mais importante é que concordamos no entendimento de que o transporte ao longo da Rota do Mar do Norte pode reduzir o tempo de entrega, e esta é a principal tarefa de qualquer empresa de transporte”, disse Fan Yuxin, Presidente da NewNew Shipping Line, na ocasião.

Outros tipos de transporte também continuam operando normalmente e, no início de julho, na área do Cabo Zhelaniya, o navio quebra-gelo nuclear Vaygach escoltou três navios rumo ao leste. A sua tarefa é transportar produtos petrolíferos e outras cargas para áreas remotas da Rússia.

Também no final de julho, foi lançada a primeira viagem de cabotagem subsidiada do ano. Ela percorrerá a rota Arkhangelsk-Nakhodka-Murmansk com paradas em Korsakov, Pevek, Magadan e Petropavlovsk-Kamchatsky. O “Lady D” levará produtos de pesca do Extremo Oriente para Murmansk. Um total de três viagens desse tipo serão realizadas este ano, o mesmo número do ano passado. A linha de cabotagem com prazos de envio claros para os expedidores, operando entre o noroeste da Rússia e o Extremo Oriente, permite entregar cargas em portos ao longo da Rota do Mar do Norte, de São Petersburgo a Vladivostok. A geografia das viagens está se expandindo, apenas neste ano o número de portos aumentou de 11 para 14.

Assim, a Rosatom continua a desenvolver suas atividades cumprindo sua principal tarefa, que é garantir o transporte seguro de cargas. Isso inclui cargas para o desenvolvimento de projetos de investimento no Ártico e cargas de suporte à vida para povoações remotas no Ártico e, o mais importante, a exportação, a importação e o trânsito de cargas como parte das operações comerciais das empresas russas.

A Rosatom é uma operadora de infraestrutura na Rota do Mar do Norte. A Direção da Rota do Mar do Norte inclui a “Direção Principal da Rota do Mar do Norte”, que emite licenças de navegação ao longo da Rota do Mar do Norte e fornece serviços de informação e apoio à navegação para viagens ao longo da NSR. Inclui ainda a “Atomflot”, cujos quebra-gelos escoltam navios ao longo da NSR, e a “Empresa Hidrográfica”, que se dedica à criação de infraestruturas portuárias e dragagem, melhorando assim a segurança da navegação e criando novas oportunidades para o tráfego de navios na Rota do Mar do Norte.

A Rosatom também desenvolve seus próprios projetos no Ártico no campo do uso do subsolo e projetos no segmento de geração nuclear de pequeno porte, tanto flutuante quanto terrestre.

Em um contexto internacional

A Rússia é o país que mais investe no Ártico. Conforme observado no relatório da Yakov & Partners, “A Zona Ártica da Federação Russa: Riscos e Perspectivas de Desenvolvimento”, o volume de investimentos planejados pela “Estratégia para o Desenvolvimento da Zona Ártica da Federação Russa e para a Garantia de Desenvolvimento Nacional de Segurança para o Período até 2035” chega a 187 bilhões de dólares. Os principais objetivos e tarefas são: desenvolvimento socioeconômico abrangente do Ártico Russo, ciência e tecnologia, criação de infraestruturas modernas. Os projetos mais importantes são o desenvolvimento da Rota do Mar do Norte, o desenvolvimento de depósitos de energia e metais e a construção de plantas de gás natural liquefeito (GNL).

A Noruega, de acordo com sua estratégia, planeja investir 97 bilhões de dólares. A Suécia, 96 bilhões de dólares. O Canadá planeja investir 73 bilhões de dólares no Ártico e os Estados Unidos, 33 bilhões de dólares. Os investimentos da Finlândia, Dinamarca e Islândia chegam a 35 bilhões de dólares, conforme destacado no relatório.

A China também está interessada em aumentar sua presença no Ártico. “Combinando atividades de comércio e investimento, pesquisa científica e projetos humanitários, participação no desenvolvimento regional e iniciativas na governança do Ártico, a China está sistematicamente consolidando suas próprias posições geopolíticas nessa região, sem entrar em confronto com os estados do Ártico”, observa o relatório.

Importância econômica da região

O desenvolvimento das regiões árticas da Rússia está, em muitos aspectos, diretamente ligado ao desenvolvimento de depósitos de hidrocarbonetos e minerais sólidos: minério de ferro, níquel, diamante, carvão, cobre, ouro, etc. Em 2022, o governo da Rússia aprovou um plano de desenvolvimento da Rota do Mar do Norte até 2035, com um investimento total de quase 1,8 trilhões de rublos (19,5 milhões de dólares). Os principais objetivos são garantir o transporte seguro e confiável de cargas para os moradores do Extremo Norte, além de criar condições para a implementação de projetos de investimento na região do Ártico da Rússia, segundo comentário publicado no portal do governo.

“No total, os projetos no Ártico devem garantir um fluxo adicional de carga exportada anualmente ao longo da Rota do Mar do Norte de 200 milhões de toneladas até 2035. O volume declarado de investimentos para sua implementação excede 15 trilhões de rublos (170 bilhões de dólares). Mais 1,8 trilhões de rublos (20 bilhões de dólares) serão investidos no desenvolvimento da infraestrutura da Rota do Mar do Norte”, observam os autores do relatório.

A construção de empresas de mineração e processamento, bem como a exportação de produtos acabados, está diretamente relacionada à presença de um sistema de transporte desenvolvido. Portanto, os esforços realizados para desenvolver a navegação na Rota do Mar do Norte, bem como estabelecer parcerias com países amigos, são estrategicamente importantes para a soberania econômica, tecnológica e política do país, bem como para o desenvolvimento do comércio internacional através da criação e melhoria de rotas de transporte de mercadorias, com redução de prazos e ausência de riscos para a segurança. O fluxo de carga pela Rota do Mar do Norte deve aumentar para 220 milhões de toneladas até 2035.

A construção naval em destaque

A construção de navios de classe ártica é um dos temas-chave para o desenvolvimento do Ártico e foi levantada várias vezes em todos os principais fóruns econômicos especializados e gerais, incluindo os Fóruns Econômicos Internacionais do Leste e de São Petersburgo, o Fórum Neva, entre outros.

Para garantir a segurança da navegação ao longo da Rota do Mar do Norte, 15 embarcações de resgate, incluindo rebocadores e embarcações multifuncionais de diferentes capacidades, estão em construção. A expectativa é que mais 30 embarcações similares sejam contratadas nos próximos seis anos.

O estaleiro Zvezda no Extremo Oriente da Rússia já entregou cinco navios-petroleiros Aframax a seus clientes e 26 navios de várias capacidades e finalidades foram contratados. Os planos de capacidade do estaleiro até 2037 incluem mais 92 navios de classe de gelo para várias finalidades (navios porta-contêineres, navios graneleiros secos, navios graneleiros, navios-petroleiros).

A decisão de construir outro estaleiro é esperada para o final do ano (opções no Noroeste e Extremo Oriente da Rússia estão sendo consideradas). Além disso, muito trabalho está sendo feito para estabelecer a produção de componentes-chave para navios, e a Rosatom também desempenha um papel importante nisso.

Novas parcerias estão sendo estabelecidas com participantes do mercado estrangeiro. Assim, o acordo da Rosatom com a NewNew Shipping Line também prevê a criação de uma joint venture para construir navios porta-contêineres de alta classe de gelo e gestão da linha de contêineres.

As embarcações de alta classe de gelo são uma das condições indispensáveis para o desenvolvimento do Ártico, não apenas na Rússia, mas em geral para todos que têm ou pretendem ter algo relacionado ao Ártico. O Oceano Ártico é uma área em que a navegação estável e segura exige quebra-gelos potentes.

A Rússia, ao contrário de outros países, tem uma base e uma enorme vantagem nesta área, os quebra-gelos nucleares. Há sete quebra-gelos, incluindo os mais modernos, do projeto 22220, que são três: Arktika, Sibyr e Ural, em operação, e mais três estão em construção ativa: Yakutia, Chukotka e Leningrad, sendo que os dois primeiros estão em alto estágio de prontidão. O combustível já foi produzido para os dois reatores de Yakutia. Espera-se que o Yakutia seja comissionado até o final de 2024. Outro quebra-gelo do mesmo projeto, o Stalingrad, deverá ser lançado em 2025.

A construção do quebra-gelo Rossiya, do Projeto 10510 (“Leader”), que tem uma capacidade sem igual de quebrar gelo de mais de quatro metros, também está em andamento. Sua operação garantirá a navegação durante todo o ano ao longo da Rota do Mar do Norte. Espera-se que ele esteja pronto até o final de 2030.

Cuidando do Ártico

Uma das tarefas mais importantes da Rosatom é preservar o ecossistema único da região do Ártico. Desde 2021, a Rosatom, em parceria com o Centro de Pesquisas Marítimas da Universidade Estatal de Moscou, realiza monitoramento ambiental da bacia da Rota do Mar do Norte. O objetivo é controlar a segurança ambiental da rota e prevenir impactos negativos no meio ambiente. Pesquisas de campo são realizadas nas principais áreas portuárias da Rota do Mar do Norte.

A Rota do Mar do Norte está se transformando em uma rota internacional familiar e compreensível, garantindo a estabilidade do transporte de carga e a sustentabilidade da cadeia logística global. Através dessa rota, empresas de todo o mundo poderão transportar cargas de forma rápida, conveniente e segura.