Avançando em direção a Mianmar
de volta ao conteúdoNo início de fevereiro, em Rangum, a maior cidade e antiga capital de Mianmar, o Diretor-Geral da Rosatom, Alexey Likhachev, e o Primeiro-Ministro, Presidente do Conselho Administrativo do Estado de Mianmar, General em comando, Min Aung Hlaing, assinaram um acordo intergovernamental de cooperação no uso pacífico da energia nuclear. Este é mais um passo para a criação de uma nova indústria em Mianmar que contribua para o desenvolvimento do país.
Usinas nucleares de baixa potência+
“O estabelecimento de uma nova indústria no país certamente terá um impacto positivo na energia, indústria e economia de Mianmar. A tecnologia nuclear garantirá ao país energia estável e limpa, além de dar um poderoso impulso ao desenvolvimento das ciências naturais, educação e formação de pessoal altamente qualificado. Apreciamos muito que Mianmar tenha dado preferência à tecnologia nuclear russa”, declarou Alexey Likhachev na cerimônia.
Como parte do acordo, a Rússia e Mianmar trabalharão na construção de uma usina nuclear de pequena capacidade em Mianmar, como parte de um programa conjunto abrangente. “Este acordo é não apenas o início da cooperação na implementação do projeto da usina nuclear de baixa potência, mas também da aplicação da tecnologia nuclear em geral em vários campos, o que contribuirá para o desenvolvimento socioeconômico do país.”, enfatizou Min Aung Hlaing.
História da cooperação
As relações diplomáticas entre os dois países foram estabelecidas há 75 anos. “Durante esses 75 anos, nossas relações foram tradicionalmente amigáveis, de muita confiança. Acontece que nossas instalações de cooperação bilateral, que são símbolos de nossa amizade, foram construídas no início dos anos 1960, na segunda metade dos anos 1960, incluindo a Universidade de Tecnologia, um hotel em Rangum, um hospital em Taunggyi e uma barragem”, declarou o embaixador russo em Mianmar, Nikolay Listopadov, sobre os projetos conjuntos, em uma entrevista ao canal de notícias Rossiya 24.
A energia nuclear é uma nova área de cooperação. O interesse de Mianmar na indústria nuclear remonta aos anos 2010. Em junho de 2015, no Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, representantes dos dois países assinaram um memorando de entendimento sobre cooperação no uso pacífico da energia nuclear. As principais áreas incluem medicina nuclear, ciências básicas e pesquisa radioecológica.
Em outubro de 2016, o grupo de trabalho estabelecido pelo memorando realizou sua primeira reunião. Naquela época, discutiam-se os projetos de pesquisa em tecnologias nucleares e a formação de especialistas. O trabalho continuou e em 2022 a parceria atingiu um novo patamar.
Em julho de 2022, em Moscou, Alexey Likhachev e o Ministro de Ciência e Tecnologia de Mianmar, Myo Thein Kyaw, na presença de Min Aung Hlaing, assinaram dois memorandos de entendimento entre a Rosatom e o Ministério de Ciência e Tecnologia de Mianmar. Os documentos estipulavam cooperação na educação e treinamento de pessoal para energia nuclear e na formação de opinião pública positiva sobre tecnologias nucleares em Mianmar.
Em setembro, no Fórum Econômico Oriental, a Rosatom, o Ministério da Ciência e Tecnologia e o Ministério da Eletrificação de Mianmar assinaram um acordo de cooperação no campo do uso pacífico da energia nuclear para 2022-2023. Além das questões de pessoal e imagem, o acordo tratou da ampliação do marco regulatório bilateral e da possível construção de uma usina nuclear de baixa potência.
Em novembro, representantes de vários ministérios de Mianmar conheceram as capacidades das universidades russas: o Instituto de Engenharia e Física de Moscou da Universidade Nacional de Pesquisa Nuclear (MEPhI), o Instituto de Engenharia de Energia de Moscou da Universidade Nacional de Pesquisa (MPEI), e visitou a Academia Técnica de Rosatom. O MEPhI e o MPEI ensinam estudantes de Mianmar há várias décadas, treinando especialistas em energia, microeletrônica, matemática aplicada e outras especialidades.
Antes do fórum internacional “Atomexpo”, realizado no ano passado na cidade russa de Sochi, representantes de Mianmar visitaram as empresas Rosatom em Obninsk, a usina nuclear Leningrado em Sosnovy Bor, conheceram o simulador analítico da unidade de energia VVER -1200, um complexo de prototipagem visual para demonstração em 3D de edifícios de usinas nucleares, a usina nuclear “Peschera” e outras instalações nucleares.
E na Atomexpo, em 22 de novembro, a Rusatom Energy Projects e o Departamento de Planejamento de Energia do Ministério de Eletrificação de Mianmar assinaram um Memorando de Entendimento sobre a criação de um estudo preliminar de viabilidade para a construção de uma usina nuclear de baixa potência em Mianmar.
Outro centro CITN
Em 6 de fevereiro de 2023, ocorreu a inauguração do Centro de Informação de Tecnologias Nucleares em Rangum. A cerimônia contou com a presença de convidados de alto escalão Min Aung Hlaing e Alexey Likhachev, bem como os primeiros visitantes do centro que eram alunos de escolas e universidades de Mianmar. No mesmo dia, foi assinado um Acordo Intergovernamental entre a Rússia e Mianmar sobre cooperação no campo do uso pacífico da energia nuclear.
O novo centro de informações foi criado para informar o povo de Mianmar sobre tecnologia nuclear, segurança contra radiação e inovação. O Centro promoverá o desenvolvimento do interesse dos jovens pelas especialidades científicas e elevará a um novo patamar a formação do pessoal necessário ao desenvolvimento da indústria nuclear do país.
O centro de Rangum revelou-se o mais moderno e avançado da rede de centros de informação (é o 25º centro da Rosatom e o 6º no exterior). A exposição interativa consiste em exibições únicas, pois os visitantes poderão construir uma “cidade do futuro” usando seus conhecimentos, ver como funciona o reator RITM-200, medir sua radioatividade, aprender sobre radiofármacos e muito mais. O centro está equipado com uma moderna sala de vídeo. Filmes educativos ensinam aos alunos como é a energia nuclear, de onde vem e como é liberada, além de mostrar como é uma usina nuclear e onde as tecnologias nucleares são mais utilizadas.
Ao longo do ano, o centro de informações sediará seminários para os meios de comunicação e a comunidade de especialistas de Mianmar, o Festival de Ciência e Energia Nuclear e palestras de especialistas russos do MEPhI para estudantes universitários de Mianmar.