O Fórum Internacional sobre Tecnologias Quânticas será realizado na Rússia em 2026. O fórum está incluído no calendário de atividades do BRICS nas áreas de ciência, tecnologia e inovação.
Anteriormente, durante a 17ª Cúpula do BRICS, realizada nos dias 6 e 7 de julho deste ano no Rio de Janeiro, Brasil, os países-membros do bloco apoiaram o desenvolvimento de tecnologias quânticas.
O Fórum Internacional sobre Tecnologias Quânticas está incluído no calendário de atividades dos países do BRICS.
A Rosatom é uma das principais empresas do ecossistema russo para o desenvolvimento de tecnologias quânticas, que inclui institutos acadêmicos, universidades, empresas industriais e startups.
Segundo o acordo com o governo russo, a Rosatom é responsável pela computação quântica desde 2020 e, a partir de 2026, a Corporação Estatal também assumirá a responsabilidade pelo desenvolvimento de sensores quânticos. O projeto quântico da Rosatom prevê a continuidade da pesquisa científica relevante, bem como o desenvolvimento de aplicações práticas de inovações quânticas no setor nuclear e em outros setores. Um componente importante do projeto é o desenvolvimento da educação quântica.
Além disso, a Rosatom defende o desenvolvimento da cooperação internacional na área quântica. “Temos um potencial significativo e defendemos o acesso equitativo dos países às tecnologias avançadas, visto que o objetivo final do progresso científico e tecnológico é melhorar a qualidade de vida das pessoas em todo o mundo. Apoiamos totalmente a disposição das nações em cooperar no desenvolvimento das tecnologias do futuro e a inclusão das tecnologias quânticas na agenda do BRICS”, afirmou Ekaterina Solntseva, Diretora de Tecnologias Quânticas da Rosatom.
A declaração final da 13ª reunião dos Ministros da Ciência e Educação do BRICS, realizada no âmbito da cúpula, observou que as tecnologias quânticas se tornaram uma das prioridades: Valorizamos muito a proposta do Brasil de considerar inteligência artificial, tecnologias quânticas e inovações industriais como prioridades para 2025, no novo contexto de rápido desenvolvimento de tecnologias avançadas e processos de reindustrialização nacional. Esses temas foram destacados em diversos diálogos e iniciativas do BRICS na área de ciência, tecnologia e inovação neste ano. Vale lembrar que a ONU declarou 2025 o Ano Internacional da Ciência e Tecnologia Quântica.
A ativação do projeto quântico russo começou em 2020 com a assinatura de uma série de roteiros sobre tecnologias quânticas. No âmbito do roteiro “Computação Quântica”, coordenado pela Rosatom, computadores quânticos funcionais foram criados até o início de 2025 em quatro plataformas prioritárias: computadores iônicos de 50 qubits, computadores atômicos de 50 qubits, computadores fótons de 35 qubits e computadores supercondutores de 16 qubits.
Trinta e quatro algoritmos quânticos também foram desenvolvidos para resolver tarefas de teste e modelos para otimização quântica, química quântica, modelagem quântica, processamento de big data e outras aplicações. Uma plataforma nacional de nuvem foi criada como um serviço futuro para fornecer acesso a computadores quânticos.
O foco do projeto quântico até 2030 será a aplicação prática de tecnologias quânticas em vários setores industriais, principalmente no setor nuclear.
Entre os objetivos dos cientistas russos estão a expansão dos registradores quânticos (aumentando o número de qubits) e a melhoria da precisão das operações. A miniaturização de dispositivos quânticos também está planejada. O resultado do programa russo de computação quântica até 2030 será a criação de um processador quântico de 300 qubits. Mais importante ainda, será necessário avançar para a resolução de problemas práticos.
Espera-se que a computação quântica seja usada para resolver tarefas de otimização, criar novos materiais, incluindo produtos farmacêuticos, desenvolver tecnologias médicas personalizadas e tornar as operações de logística mais econômicas e eficientes.
Tecnologias quânticas também estão sendo aplicadas no setor nuclear. No âmbito do projeto “Proryv”, que visa criar um sistema de energia nuclear de quarta geração, uma tarefa de otimização de testes envolvendo o plano de produção de longo prazo e o fornecimento de combustível nuclear foi resolvida usando algoritmos inspirados na computação quântica, garantindo o carregamento ideal das capacidades de produção e a distribuição de combustível nuclear aos consumidores.
A Rosatom está avançando cautelosamente na aplicação da computação quântica em projetos de logística, engenharia mecânica e combustível nuclear. E, claro, em projetos de usinas nucleares de quarta geração: este é um exemplo único em que, em nossa opinião, o progresso não seria possível sem tecnologias quânticas. “Precisamos começar a aprender a resolver tarefas industriais usando computação quântica e algoritmos agora, para que estejamos prontos para a atividade prática com a chegada da computação quântica industrial”, disse o CEO da Rosatom, Alexey Likhachev, durante o café da manhã de negócios “Avanço quântico: do investimento em ciência aos projetos empresariais”, realizado no âmbito do Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo em junho de 2025.
