Este ano, a Atomflot celebra o 5º aniversário do hasteamento da bandeira do quebra-gelo nuclear universal, o Arktika. O lançamento deste quebra-gelo marcou o início de uma nova era no desenvolvimento da frota de quebra-gelos, das usinas nucleares de baixa potência e da exploração da Rota Marítima do Norte.
A ideia de que a Rússia precisava de novos quebra-gelos nucleares, além dos já existentes, surgiu no início dos anos 2000. Embarcações mais potentes e modernas eram necessárias para explorar os vastos depósitos do Ártico e escoltar navios comerciais que exportavam seus produtos.
O projeto técnico do quebra-gelo nuclear universal (GUAL) foi desenvolvido pelo Centro de Design de Engenharia Naval Iceberg em 2009. A principal diferença em relação aos modelos anteriores foi o uso do moderno reator nuclear RITM-200, com potência térmica de 175 MW. Esta instalação foi projetada especificamente para este quebra-gelo por cientistas e engenheiros do OKBM Afrikantov.
A principal característica da instalação do RITM-200 é seu design integrado: os geradores de vapor estão localizados no mesmo corpo do reator. Graças a essa solução, o RITM-200 é quase duas vezes mais leve e compacto que seus antecessores, tornando o quebra-gelo mais manobrável e economizando espaço a bordo. Consequentemente, sua operação é mais economicamente eficiente.
A segunda característica do Arktika é seu calado duplo: o quebra-gelo pode modificar seu calado e operar não apenas nos mares árticos, mas também na foz dos rios Ienissei e Ob. A terceira característica é seu maior nível de automação em comparação aos modelos anteriores. Isso reduziu a necessidade de pessoal e simplificou o controle das instalações. A vigilância da navegação no Arktika agora é realizada exclusivamente na ponte de comando e no posto de controle central; não há turnos permanentes nos postos locais. Na sala de máquinas, um amplo espaço de quatro níveis, o monitoramento é realizado por instrumentos e patrulhas regulares.
As características do quebra-gelo nuclear universal Arktika são as seguintes: seu comprimento é de 173,3 m, seu calado é de 10,5 m/9,03 m e sua capacidade de quebrar gelo atinge até 3 metros de espessura. O reabastecimento de combustível nuclear é necessário a cada sete anos. Sua vida útil estimada é de 40 anos. A tripulação é composta por 54 pessoas.
A cabine, residência do marinheiro por vários meses, onde ele descansa entre os turnos, assemelha-se a um quarto de hotel aconchegante e confortável. Tem tudo o que alguém precisa: banheiro privativo com chuveiro, área de trabalho com escrivaninha, televisão, frigobar, cama, sofá para relaxar e espaço para guardar pertences pessoais.
Uma das áreas mais populares a bordo do quebra-gelo é a academia multiuso, onde se pode jogar futebol de salão, basquete ou vôlei e até mesmo organizar um torneio de tênis de mesa. Há também uma academia separada para quem prefere treinamento de força. O quebra-gelo também conta com sauna, piscina e solário.
A decisão de construir o Arktika foi tomada em 2012. O quebra-gelo foi colocado no estaleiro em novembro de 2013 e lançado ao mar em 16 de junho de 2016. O navio recebeu esse nome em homenagem ao lendário quebra-gelo Arktika, o primeiro da história a chegar ao Polo Norte pela superfície (isso ocorreu em 17 de agosto de 1977).
A cerimônia oficial de hasteamento da bandeira no novo Arktika ocorreu em 21 de outubro de 2020, em Murmansk. “A frota de quebra-gelos nucleares é uma importante vantagem competitiva para a Rússia. E, claro, sua expansão representa um investimento poderoso para o futuro. Acima de tudo, é um impulso para o desenvolvimento econômico da Rússia e de toda a região”, declarou o primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, na ocasião.
Em 14 de novembro, o quebra-gelo zarpou em sua viagem inaugural de trabalho e, desde então, há cinco anos, vem escoltando navios através do gelo da Rota Marítima do Norte, contribuindo para o desenvolvimento de projetos no Ártico. Desde a sua construção, o quebra-gelo nuclear universal Arktika percorreu 126.166 milhas através do gelo e escoltou 677 navios (dados do início de outubro de 2025).
O quebra-gelo nuclear universal Arktika marcou o início da construção em série dos quebra-gelos do Projeto 22220. Os quebra-gelos Sibir, Ural e Yakutia, parte deste projeto, já estão operando na Rota Marítima do Norte. Os dois primeiros foram comissionados em 2022 e o terceiro em 2024. O quebra-gelo Chukotka está atualmente em fase final de construção. A construção do Leningrad também está em andamento, e os preparativos para o lançamento do quebra-gelo Stalingrad, parte do mesmo projeto, estão em andamento.
Também é importante que o reator RITM-200 tenha sido fabricado em um processo de produção em massa. A Rosatom agora oferece com confiança aos seus clientes usinas nucleares de baixa potência, tanto terrestres quanto flutuantes, usando versões adaptadas dessas mesmas instalações de reatores. Outra linha de desenvolvimento foi a criação da instalação do reator RITM-400, com uma potência térmica de 315 MW, excedendo significativamente todas as instalações de reatores marítimos existentes. O quebra-gelo Rossiya, do Projeto 10510, será equipado com dois reatores RITM-400. Devido à sua alta potência, esses reatores receberam nomes próprios: Ilia Muromets e Dobrynya Nikitich, heróis lendários da epopeia russa. O primeiro RITM-400 foi fabricado em maio deste ano e o segundo em setembro.
