Este ano, a corporação estatal está comemorando seu 15º aniversário. A “criação” neste caso é, naturalmente, uma reestruturação, porque as principais empresas da indústria nuclear russa já existiam antes. Em uma década e meia, a Rosatom evoluiu para uma complexa estrutura de holding onde as atividades comerciais são organizadas em divisões. Nós temos mantido vocês familiarizados, caros leitores, sobre as principais ao longo do ano.

Em 1 de dezembro de 2007, o presidente russo Vladimir Putin assinou um decreto criando a empresa estatal Rosatom. Ela compreende instalações de produção, institutos de pesquisa e usinas nucleares e outras organizações setoriais.

Muito já foi feito. Como Vladimir Putin disse em suas felicitações, uma empresa verticalmente integrada com um ciclo completo de competências no campo da energia nuclear, desde a mineração de urânio até a construção e operação de usinas de energia nuclear, foi criada no passado. A corporação aumentou significativamente seu desempenho na geração de energia e construiu novas unidades de energia, incluindo as do exterior. “A Corporação tem dado prioridade consistente à implementação de programas de grande escala nas áreas de ciência, medicina nuclear e ecologia, construção naval e aviação, e tecnologias digitais. Muito está sendo feito para o desenvolvimento econômico dos territórios árticos e para o desenvolvimento da Rota do Mar do Norte. E, é claro, a indústria nuclear faz uma contribuição verdadeiramente única para garantir a paridade nuclear e a capacidade de defesa de nosso país”, disse o presidente russo.

“Então, há 15 anos, a primeira tarefa era integrar a vasta experiência e o tremendo potencial acumulado pelos fundadores do primeiro projeto nuclear na corporação estatal que estava sendo criada. A segunda tarefa era multiplicar o que eles tinham criado. Primeiro foram novos negócios, depois substituição de importações, e agora grandes projetos para criar a soberania tecnológica de nosso país”, observou o Diretor Geral da Rosatom Alexey Likhachev, descrevendo a dinâmica das tarefas da corporação estatal em entrevista ao canal de TV Rossiya-24.

Os novos negócios são construídos com base em competências há muito estabelecidas no setor. No início, os compósitos foram criados para uso em rotores centrífugos – depois começaram a ser usados na construção de estruturas, peças de aeronaves e até mesmo equipamentos esportivos.

Primeiro, os quebra-gelos movidos a energia nuclear foram colocados sob gerenciamento – e depois foi lançado um programa para construir uma série de novos e poderosos quebra-gelos. Três deles já estão operando na Rota do Mar do Norte. A Rosatom agora administra viagens ao longo desta rota mais curta da Europa para a Ásia, escolta navios que trazem tudo o que é necessário para projetos árticos e exporta cargas para os consumidores, além de operar viagens costeiras entre os portos do oeste, norte e leste da Rússia. Uma nova área de trabalho são as unidades de potência flutuantes com reatores RITM-200.

A indústria costumava criar células a combustível para programas espaciais – agora elas são usadas para criar eletrólitos para a produção de hidrogênio. Tanto os eletrólitos quanto o hidrogênio são considerados como uma das áreas mais promissoras do novo segmento do mercado de energia. E a experiência em armazenamento industrial é usada para criar o negócio de baterias de íons de lítio. Em Kaliningrado, a Rosatom está construindo uma giga fábrica com capacidade para equipar 50.000 veículos elétricos por ano.

Outro exemplo é a modelagem matemática e os supercomputadores. Softwares e hardwares poderosos surgiram na indústria para atender às suas próprias necessidades. Mas com o tempo, os sistemas se tornaram interessantes para consumidores terceirizados. No software da família “Logos” é possível simular a transferência de calor, líquidos e gases, processos de resistência, etc., tanto no ambiente artificial (para cálculos em engenharia mecânica), quanto no ambiente natural para o cálculo de processos hidrogeológicos.

Existem também áreas completamente novas, entre as quais podemos incluir, por exemplo, o negócio da energia eólica. Agora, a Rosatom é um dos principais players no mercado de energia eólica na Rússia, que possui sua própria base de produção, desenvolve componentes localizados e constrói alianças em mercados estrangeiros. Seis parques eólicos construídos pela Rosatom operam em três regiões da Rússia e vários outros estão em construção.

Finalmente, a Rosatom, que se posiciona como uma corporação de conhecimento, conduz pesquisas científicas fundamentais e aplicadas, coopera com universidades e faculdades e participa de projetos internacionais. O exemplo mais marcante é o ITER. É impossível implementar este projeto sem a Rússia. Nosso país forneceu não apenas o conceito de tokamak, mas também supercondutores e girotrons. Muito recentemente, ímãs exclusivos de alta resistência foram enviados ao ITER. “Neste projeto internacional também estão participando nossos parceiros da República Popular da China, e também dos Estados Unidos, e por enquanto o projeto permanece politicamente neutro. Ainda existem valores globais, e espero que, incluindo nossos vizinhos ocidentais, eles entendam que o desenvolvimento do conhecimento na Terra não pode ser comprometido pelas ambições políticas de hoje e pelos gostos ou desgostos pessoais de certos políticos europeus e americanos.”, disse Alexey Likhachev em entrevista por ocasião do aniversário.

 15 anos de Rosatom em números

A produção da usina nuclear russa aumentou 40%.
2007 – 158,3 bilhões de kWh
2022 – projetada para ser de pelo menos 222 bilhões de kWh*.

11 unidades de energia nuclear construídas na Rússia
Incluindo

• Quatro unidades da Geração III+
• Uma unidade com um reator de nêutrons rápido BN-800
• Usina nuclear flutuante de baixa potência com dois reatores

Seis unidades construídas no exterior

O tráfego na Rota do Mar do Norte aumentou 17,5 vezes
2007 – cerca de 2 milhões de toneladas
2021 – cerca de 35 milhões de toneladas