Radiação curativa
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#283Novembro 2024

Radiação curativa

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A medicina nuclear é uma das principais áreas de aplicações não energéticas das tecnologias nucleares desenvolvidas pela Rosatom. Isto inclui a produção de isótopos médicos e radiofármacos, a criação de equipamentos médicos e a construção de Centros de Medicina Nuclear.

A medicina nuclear não é um negócio completamente novo para a Rosatom. Durante a era soviética, a URSS foi líder mundial nesta área, produzindo cerca de 140 radioisótopos e 40 tipos de radiofármacos, que foram distribuídos no mercado interno e externo. Havia 650 laboratórios de diagnóstico de radionuclídeos em funcionamento no país, que realizavam mais de 1,5 milhão de estudos anualmente, e 20 unidades de terapia com radionuclídeos, com capacidade total de 2.000 leitos.

Atualmente, a Rosatom mantém sua posição de liderança no segmento de radioisótopos, posicionando-se entre os cinco principais fornecedores globais e produzindo a mais ampla gama de radionuclídeos. A demanda por produtos isotópicos da Rosatom continua a crescer: em 2023, as exportações anuais de produtos isotópicos aumentaram 15%. Em todo o mundo, cerca de 2,5 milhões de procedimentos diagnósticos e terapêuticos são realizados anualmente com isótopos da Rosatom. Os parceiros da Rosatom nesta área incluem mais de 170 empresas estrangeiras de 50 países.

No entanto, a produção de isótopos não é a única abordagem. A Rosatom também está entrando em novos segmentos do mercado de medicina nuclear.

Radiofármacos

A Rosatom está construindo em Obninsk a maior fábrica da Europa para a produção de radiofármacos.  Especialistas da corporação estatal e da comunidade médica russa analisaram o mercado, identificaram os tipos de produtos mais procurados, avaliaram as capacidades da Rosatom em vários mercados tendo em conta a especificidade da sua implementação, o ambiente competitivo e as necessidades do consumidor, e estruturaram as capacidades de produção da futura instalação. Nas linhas de produção, de acordo com as normas das Boas Práticas de Fabricação, GMP em inglês (Good Manufacturing Practices), serão fabricados dezenas de medicamentos para diagnóstico e tratamento de doenças oncológicas, cardiovasculares e neurodegenerativas.

A primeira fase de produção incluirá medicamentos de alta demanda, como geradores de tecnécio-99m (usados ​​para diagnosticar mais de 20 doenças); radiofármacos à base de iodo-131 para tratar câncer de tireoide e neuroblastoma em crianças; produtos com samário-153 para reduzir a dor e tratar metástases ósseas; e radiofármacos com rádio-223 para tratamento de metástases ósseas em pacientes com câncer de próstata.

Além disso, a fábrica planeja produzir radiofármacos inovadores à base de lutécio-177 (com e sem transportadores), actínio-225, tório-227 e outros isótopos para tratar formas metastáticas inoperáveis ​​de tumores malignos.

Algumas das principais etapas da construção, como revestimento de fachadas e vedação térmica, foram concluídas. Atualmente, estão sendo realizados trabalhos de acabamento interior e asfaltamento da zona do entorno, aproximando-se da fase dos equipamentos técnicos de produção.

 

Equipamentos

A Rosatom desenvolve e fornece equipamentos médicos de alta tecnologia para a medicina nuclear. Seus produtos incluem dosímetros clínicos multicanais e sistemas de terapia gama, como o complexo terapêutico Brachium, em produção desde 2022.

O sistema Brachium foi projetado para a radioterapia de contato em casos de câncer. Sua fonte de radiação gama é aplicada diretamente no tumor ou no tecido tumoral, minimizando o impacto nos tecidos saudáveis ao redor. Este sistema está equipado com moderna tecnologia de controle de dosimetria e planejamento terapêutico tridimensional, permitindo o monitoramento em tempo real do progresso do tratamento e o cálculo preciso das doses terapêuticas. Seus aplicadores são compatíveis com diversos sistemas de diagnóstico por imagem.

Em 2027, a Rosatom deverá iniciar a produção em massa de scanners de ressonância magnética com ímãs supercondutores, cuja indução de campo magnético chegará a 1,5 Tesla, garantindo imagens internas detalhadas e nítidas do corpo humano.

A Rosatom também estuda como introduzir seus equipamentos nos mercados internacionais, incluindo os países da Comunidade dos Estados Independentes (CEI), BRICS, Sudeste Asiático, Oriente Médio, América Latina e África.

Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologia Nuclear (CIDTN)

A Rosatom está compartilhando as suas capacidades em medicina nuclear com parceiros internacionais. Por exemplo, na Bolívia, a Corporação Estatal está construindo o primeiro Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologia Nuclear (CIDTN). Desde 2023, já está em operação o complexo cíclotron deste centro, que produz isótopos radioativos e radiofármacos. A sua gama inclui produtos à base de flúor-18 (para diagnóstico de doenças oncológicas e cardíacas), carbono-11 (para deteção de tumores cerebrais), iodo-123 (para doenças da tireoide) e tecnécio-99m, amplamente utilizados em pesquisa diagnóstica.

No reator de pesquisa, componente-chave do CIDTN, será possível produzir de forma independente isótopos utilizados em medicina nuclear. No final de outubro deste ano, foi aceito o combustível nuclear produzido pelo segmento de combustíveis da Rosatom (TVEL) para o carregamento inicial deste reator, e seu embarque está previsto para 2025. A expectativa é que até o mesmo ano, o Centro esteja totalmente operacional.

A Rosatom também está trabalhando com o Vietnã na construção de um CIDTN semelhante. Em setembro deste ano, o Diretor Geral da Rosatom, Alexey Likhachev, discutiu com o Ministro da Ciência e Tecnologia do Vietnã, Huynh Thanh Dat, o progresso no desenvolvimento deste projeto. O cronograma foi estabelecido num memorando interinstitucional assinado durante a visita de Estado do Presidente Vladimir Putin ao Vietnã, em junho de 2024.

Troca de Experiências

A Rosatom participa regularmente de eventos internacionais relacionados à medicina nuclear. Por exemplo, em julho, a Corporação Estatal Rosatom foi uma das organizadoras do Primeiro Fórum Internacional de Medicina Nuclear do BRICS, onde representantes dos países membros partilharam as capacidades e necessidades das suas respectivas nações, propuseram ideias para o desenvolvimento e discutiram os seus pontos de vista.

Em outubro, representantes da Rosatom participaram do Congresso Anual da Associação Europeia de Medicina Nuclear, em Hamburgo, na Alemanha. Lá eles apresentaram produtos isotópicos e tecnologias nucleares desenvolvidas na Rússia, bem como as capacidades da Corporação Estatal Rosatom nesta área.