A medicina nuclear salva vidas
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#289Maio 2025

A medicina nuclear salva vidas

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O desenvolvimento de tecnologias na área da saúde é uma das prioridades da Rosatom. Atualmente, a Corporação Estatal Rosatom produz equipamentos médicos de alta tecnologia, produtos isotópicos e radiofármacos, além de construir centros de Medicina Nuclear.
O principal objetivo é melhorar o acesso dos pacientes a tecnologias médicas, equipamentos e medicamentos essenciais. Leia neste artigo como essas tecnologias já estão transformando a medicina na América Latina.

Isótopos médicos e radiofármacos

A Rosatom está entre os cinco maiores fornecedores mundiais de produtos isotópicos para medicina nuclear e não tem concorrência semelhante em termos da variedade de isótopos que produz.

Atualmente, a Rosatom fornece isótopos para 50 países do mundo. Por exemplo, em 2023, assinou um contrato de cinco anos com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares do Brasil (IPEN) para o fornecimento de lutécio-177 e actínio-225. Os fármacos baseados nesses isótopos têm mostrado alta eficácia no tratamento direcionado de uma série de doenças oncológicas.

Para obter radiofármacos, os isótopos são incorporados a compostos especiais desenhados para interagir com as células ou tecidos específicos a serem investigados ou destruídos. A molécula transporta o isótopo até a célula alvo, que é destruída (no caso do tratamento) ou “iluminada” (no caso do diagnóstico).

2,5 milhões

de procedimentos com isótopos produzidos pela Rosatom são realizados anualmente em todo o mundo

Centro de Pesquisa e Tecnologia Nuclear

A Rosatom não só produz e fornece isótopos médicos e radiofármacos, mas também oferece soluções completas para a medicina “chave na mão”, como os Centros de Medicina Nuclear. Atualmente, a Rosatom está construindo um desses centros na Bolívia, na cidade de El Alto, que é o centro nuclear mais alto do mundo (4.000 metros acima do nível do mar). No Centro, já foi colocado em funcionamento um complexo ciclotrônico para a produção de radiofármacos e um laboratório de radiobiologia e radioecologia. Os radiofármacos produzidos lá permitirão realizar mais de 5.000 procedimentos anuais para o diagnóstico e tratamento de doenças oncológicas. Em um futuro próximo, o Centro atingirá sua capacidade operacional total.

“Para o sistema de saúde da Bolívia, isso representa um enorme avanço. O país enfrenta uma séria dificuldade no diagnóstico precoce do câncer. Um dos radiofármacos que se prevê produzir neste Centro e distribuir aos centros nacionais de medicina nuclear é o tecnécio-99, um dos isótopos radioativos mais procurados no mundo devido à sua alta eficácia e baixo custo. Os futuros funcionários do laboratório de produção de isótopos vão receber treinamento no nosso Instituto Politécnico de Tomsk, onde vão adquirir competências práticas únicas na produção deste e de outros radiofármacos”, comenta Oleg Dolmatov, Diretor da Escola de Engenharia em Tecnologias Nucleares do Instituto Politécnico de Tomsk.

No Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologia Nuclear (CIDTN), também está em pleno funcionamento o Centro de Irradiação Multifuncional (CIM), no qual é utilizada uma tecnologia russa de ponta para irradiação gama. Essa tecnologia pode ser aplicada tanto na agricultura, para aumentar o rendimento das culturas e prolongar a vida útil dos alimentos, quanto no setor da saúde, onde é usada para a esterilização de produtos médicos. Recentemente, no Centro de Irradiação Multifuncional (CIM), foi realizada com sucesso a irradiação de mosquitos transmissores da febre amarela, transmissores de doenças potencialmente mortais. O método consiste em criar esses insetos em massa, esterilizá-los por meio de radiação e depois soltá-los em áreas específicas em intervalos regulares. Ao contrário dos mosquitos normais, os mosquitos esterilizados não deixam descendentes, o que, com o tempo, reduz a população de pragas na região.

“Essa técnica inovadora de esterilização de insetos tem como objetivo controlar a população desses mosquitos e, consequentemente, reduzir os casos dessas doenças. Continuamos pesquisando para oferecer a melhor tecnologia a serviço do povo boliviano”, escreveu o Presidente Luis Arce em seu canal no Telegram.

Educação

Em todos os países onde a Rosatom desenvolve projetos de novas instalações nucleares, a Corporação Estatal oferece apoio específico para a formação de pessoal e o desenvolvimento de infraestrutura nuclear. Por exemplo, desde o início do projeto na Bolívia, mais de 100 cidadãos bolivianos receberam formação nas principais universidades técnicas da Rússia.

Recentemente, a Academia Técnica da Rosatom ministrou um curso online de duas semanas chamado “Aplicações médicas da tecnologia nuclear e programas educacionais relacionados”, que teve a participação de representantes de universidades, especialistas em física médica e funcionários de agências nacionais de energia atômica de mais de 50 países, incluindo Etiópia, Ruanda, Bolívia e Nigéria. O programa educacional incluiu aulas teóricas e exercícios práticos.

“O curso permitiu obter uma compreensão profunda das tecnologias nucleares modernas aplicadas à medicina, métodos inovadores de diagnóstico e terapia, bem como das melhores práticas no campo da educação nuclear. Conhecer experiências internacionais e pesquisas recentes, sem dúvida, enriquecerá minhas aulas e beneficiará meus alunos”, comentou Davis Mubita, Professor de Física Médica da Universidade de Mulungushi.