Central nuclear da Bielorrússia para uma nova vida
de volta ao conteúdoTrabalho planejado
O acordo entre os governos da Federação Russa e da República da Bielorrússia sobre cooperação na construção de uma usina nuclear na Bielorrússia foi assinado em março de 2011. A central nuclear BelNPP é composta de duas unidades de energia com reatores de geração 3+ VVER-1200 com uma capacidade elétrica de 1200 MW cada. O projeto está totalmente em conformidade com as recomendações da AIEA.
A primeira unidade da BelNPP foi conectada à rede elétrica em 3 de novembro de 2020. Pelos dados de 26 de fevereiro de 2021, ela já havia gerado 1,5 bilhões de kWh. Na central está em andamento a operação piloto. Em breve será iniciada a fase de testes dinâmicos da instalação do reator. Esta é a última etapa do programa para preparar a unidade de energia para o comissionamento. «Sujeito à conclusão do processo de licenciamento final e ao recebimento de todas as licenças regulatórias, a unidade 1 entrará em operação comercial na próxima primavera”», – comunicou Vladimir Gorn, diretor da Rosatom para a Europa Oriental.
Na segunda unidade de energia são realizados trabalhos de partida e ajuste. Em breve, de acordo com o cronograma, estão previstos ensaios hidráulicos e lavagem circulatória dos sistemas e equipamentos do primeiro e segundo circuitos da instalação do reator. O carregamento com combustível do reator está previsto para o terceiro trimestre. Para o quarto trimestre é planejada a ligação na rede.
No início de março, na unidade 2 da central foi iniciado o carregamento de simuladores de conjuntos de combustíveis no vaso do reator. No total, serão carregados 163 simuladores. De acordo com o Ministério de Energia da Bielorrússia, os simuladores de conjuntos de combustível representam uma cópia exata dos conjuntos de combustível, reproduzindo completamente a sua construção. Eles são utilizados nu lugar de conjuntos de combustível padrão durante o período de pré-comissionamento para verificar a conformidade da unidade do reator com as características de projeto e as exigências de segurança.
Segurança confirmada
O contexto político da construção da central de Bielorrússia foi e ainda é a oposição por parte da Lituânia. O país considera a usina perigosa, mas esse posicionamento não conta com argumentos razoáveis. Em vez disso, houve apresentações como o voo de balão de ar quente do Vice-Presidente da Comissão Europeia de Energia Maros Shevchovich, acompanhado pelo Ministro de Energia da Lituânia, Zhigimantas Vaichiunas, em maio de 2017.
Nunca houve necessidade de tais ações, uma vez que a BelNPP está aberta para inspeções internacionais. Os especialistas em segurança nuclear do Grupo Europeu de Autoridades Reguladoras de Segurança Nuclear (ENSREG) realizaram uma visita de inspeção à central em 9 e 10 de fevereiro de 2021. Os especialistas também realizaram análises técnicas à distância. A equipe tem ampla experiência e é independente em suas conclusões quanto à adequação da implementação das recomendações de segurança, tanto pelo operador da central nuclear de Ostrovets, quanto pelas autoridades bielorrussas.
O comissário de Energia da UE, Kadri Simson, em um debate no Parlamento Europeu em 11 de fevereiro deste ano, pediu a todas as partes que se abstenham de comentar até que os resultados da missão sejam sintetizados. Porém, sem esperar nem mesmo por conclusões preliminares, os Membros do Parlamento Europeu pediram que o lançamento da central fosse adiado até que todas as recomendações da UE sobre testes de resistência sejam cumpridas.
« É lamentável ver que alguns políticos na Europa se tornaram reféns do fanatismo antinuclear e adotaram estereótipos em seu discurso. Diz muito o fato de que uma resolução do Parlamento Europeu uma vez mais qualificou a usina como “insegura”, sem nenhuma fundamentação; resolução que foi aprovada antes que o órgão de segurança nuclear pertinente da UE tivesse concluído sua avaliação no local ou formulado alguma conclusão. O veredicto parece ter sido lido e assinado antes mesmo que o júri tivesse a oportunidade de se reunir e deliberar sobre o assunto em questão”, – concluiu Vladimir Gorn.
Os medos dos eurodeputados não foram confirmados. No início de março de 2021, o ENSREG emitiu um Relatório Preliminar de Revisão por Pares do Plano de Ação Nacional para o Teste de Resistência da Bielorrússia. «Um teste de resistência e a implementação de ações subsequentes não devem ser usados para justificar ou autorizar a operação segura de uma NPP e nem sua operação a longo prazo ou prolongamento de sua vida útil. Tais autorizações devem estar alinhadas com os procedimentos prescritos na legislação nacional e sob total responsabilidade das autoridades reguladoras nacionais», – lembraram os autores do relatório.
Como a revisão por pares do ENSREG foi dividida em duas partes devido à pandemia de coronavírus, o relatório também é dividido em um relatório preliminar e um relatório final. O relatório preliminar registra o progresso nas primeiras sete perguntas e os testes de resistência associados. «O relatório preliminar conclui, com base nas informações disponibilizadas e visita ao local, que a NAcP abordou todas as recomendações da equipe de revisão por pares relacionadas com as questões prioritárias, e que foram feitos progressos na abordagem de todas as recomendações relacionadas com as sete questões prioritárias ».
O processo de construção tem sido monitorado pela AIEA. Dessa forma, em agosto de 2019, foi realizada uma missão de revisão de segurança operacional, antes da partida da unidade de energia (pré-OSART). A missão incluiu 15 especialistas da Armênia, Bélgica, Brasil, EUA e outros países do mundo. No final de fevereiro e início de março de 2020, foi realizada uma Revisão Integral da Infraestrutura Nuclear (INIR). «Encontramos profissionais bem preparados, motivados e competentes, prontos para falar abertamente sobre todas as questões de infraestrutura. A equipe viu um claro impulso para alcançar os objetivos do programa e proporcionar benefícios para o povo bielorrusso, tais como apoiar o desenvolvimento econômico do país», disse Milko Kovachev, chefe da equipe de especialistas da AIEA. «Agradecemos à Bielorrússia pelo fato de que, apesar de nossas missões serem voluntárias e não obrigatórias, o país nos convidou. Para nós, a Bielorrússia é um exemplo e nos convida a todas as inspeções da AIEA», – citou a agência de notícias «Sputnik» ao vice-diretor da AIEA Mikhail Chudakov, que comentou sobre os resultados da missão. Ele mencionou que a primeira unidade superou suas expectativas: “As unidades são muito boas e confiáveis”. Esta já é a geração 3+, o que significa que todos as medidas ‘pós-Fukushima’ já foram implementadas e levadas em conta“.
Transformações sociais
Durante a construção da BelNPP, o pequeno povoado de Ostrovets se transformou e foi elevado ao status de cidade. Agora aqui vivem cerca de 12 mil pessoas e espera-se que este número seja duplicado. Em agosto de 2019, foi aprovado um plano geral de ação, reisado para o desenvolvimento de Ostrovets, considerando o crescimento da população para 22.000 pessoas até 2025.
Na cidade foram construídos 45 prédios residenciais de apartamentos. Isso representa 2.678 apartamentos com uma área total de 179.733 m². Foram entregues 1267 deles á empresa contratada geral ASE JSC, para a acomodação do pessoal envolvido na construção da central.
Simultaneamente, estava em construção a seguinte infraestrutura social: duas escolas para 720 e 520 alunos, dois jardins de infância para 190 e 150 vagas para crianças, uma biblioteca com depósito para mais de 10 mil livros, uma agência de correios, um centro esportivo e de recreação com piscina, lojas e estabelecimentos de alimentação.
Em 2019, começou a funcionar a primeira etapa do hospital para 380 pacientes, que abrigará um scanner de tomografia computadorizada, um scanner de ressonância magnética e um complexo de angiografia. Tal complexo foi construído por recomendação da AIEA. Em 2020, visando o controle e prevenção do coronavírus, o Hospital Clínico Regional Central de Ostrovets recebeu um presente – um laboratório de análise PCR para a realização de testes, incluindo os da COVID-19.
No período de 2014 a 2020, a Rosatom alocou cerca de 57 milhões de rublos em obras de caridade. Em 2021, a assistência beneficente será destinada à melhoria da qualidade e da disponibilidade do atendimento médico, à realização de competições esportivas e à restauração do parque florestal da empresa florestal Ostrovets.
«As organizações que construíram a primeira unidade de energia adquiriram uma excelente experiência e competências na construção de instalações de energia nuclear. Esta experiência agora nos ajuda, e mantendo a qualidade necessária, conseguimos reduzir quase pela metade o tempo necessário para a realização de alguns processos tecnológicos. As empresas “Belenergostroy”, “Grodnopromstroy”, “Belelektromontazhnaladka” e “Promtehmotazh” mostram resultados consistentemente bons ao longo de toda a construção da NPP da Bielorrússia», – comemora Aleksey Kononenko, Diretor de Construção da NPP da Bielorrússia e Diretor da Representação da empresa de engenharia ASE na República da Bielorrússia.