A usina nuclear de baixa potência (SNPP) no Uzbequistão está um passo mais perto do lançamento: na usina metalúrgica AEM-Special Steels (parte da divisão de construção de máquinas da Rosatom), foi fundido um lingote de aço-liga especial pesando 205 toneladas. Este lingote será usado para fabricar uma peça para o primeiro reator, a ser instalado na usina na região de Jizzakh.
A fundição de aço tem uma aparência impressionante e em grande escala. Não é de se admirar que a operação tenha sido transmitida durante a exposição internacional Power Uzbekistan 2025. Os visitantes da exposição testemunharam em tempo real o início da produção de mais uma usina de reator RITM-200 para a Rosatom, a primeira do projeto no Uzbequistão.
A fundição de aço em reatores é um processo bem conhecido pelos metalúrgicos da Rosatom. No complexo de fundição a arco elétrico, eles obtêm o metal fundido, o ligam e o refinam. A composição final é formada em uma panela, onde a temperatura excede 1.600 °C. O aço é então vazado em uma câmara de vácuo, onde o metal esfria por dois dias a uma temperatura de 550–650 °C. O lingote é então transportado para a forjaria e prensagem. Este lingote será usado para fabricar um flange, um dos componentes do vaso do reator que conecta a tampa do bloco superior ao restante da estrutura. Uma vez concluídas todas as operações tecnológicas, a peça será transferida para outras divisões dentro do mesmo grupo para a montagem final do corpo do reator.
A Divisão de Construção de Máquinas da Rosatom já iniciou a produção do reator RITM-200. Duas dessas unidades de reator já estão em operação em cada um dos quebra-gelos nucleares do Projeto 22220 — Arktika, Sibir, Ural e Yakutia — que já entraram em operação. Outras duas foram fabricadas para o quebra-gelo nuclear Chukotka, que está em fase de conclusão no estaleiro de São Petersburgo. A montagem do RITM-200 para o quebra-gelo Leningrado começou em março. “As empresas da Divisão de Construção de Máquinas têm a capacidade e a experiência necessárias para fabricar os reatores da série RITM, que operam na frota de quebra-gelos há anos. Nosso conhecimento e expertise serão aplicados na fabricação de todas as seis unidades de reatores RITM-200N para a SNPP no Uzbequistão”, garantiu Igor Kotov, chefe da Divisão de Construção de Máquinas da Rosatom.
O RITM-200N é uma modificação terrestre do RITM-200 marítimo. A capacidade da usina é de 55 MW e sua vida útil prevista é de 60 anos. Seis reatores desse tipo serão construídos para os SMRs do Uzbequistão.
As principais vantagens do RITM-200 incluem um bloco gerador de vapor compacto e integral, um núcleo inovador com recursos energéticos aprimorados e um gerador de vapor com uma superfície compacta de troca de calor. A estrutura dos sistemas de operação normal e segurança atende aos padrões atuais de segurança, autoproteção e meio ambiente, além de garantir facilidade de manutenção e outras qualidades valiosas para o usuário final. Quatro funcionários da OKBM Afrikantov (parte da Divisão de Construção de Máquinas) receberam o Prêmio do Governo Russo em Ciência e Tecnologia pelo desenvolvimento do RITM-200.
O contrato para a construção da usina nuclear de baixa potência do Uzbequistão foi assinado em maio de 2024, após a alteração do acordo intergovernamental sobre cooperação e construção de uma usina nuclear no Uzbequistão. A usina nuclear será construída na região de Jizzah. Em junho daquele ano, a primeira reunião da equipe de coordenação da construção foi realizada no local da futura usina. Em abril deste ano, teve início a construção da base de construção e montagem, que abrigará prédios administrativos e de produção (incluindo uma oficina de montagem em larga escala), além de um armazém.
No início de maio, segundo a Uzatom, uma reunião conjunta do comitê operacional e do conselho científico e técnico discutiu a alocação de terrenos, o fornecimento de infraestrutura e a implementação do plano de trabalho. O conselho científico e técnico revisou os resultados dos estudos de engenharia, aprovou o layout para a usina nuclear de baixa potência (SNPP) e a possibilidade de usar urânio do Uzbequistão para produzir combustível nuclear para a usina de baixa potência. Estudos sismológicos, aerometeorológicos, hidrogeológicos e hidrológicos também estão sendo realizados no local, que servirão de base para a documentação do projeto.
Na feira industrial Innoprom, na Ásia Central, o CEO da Rosatom, Alexey Likhachev, apresentou um modelo de um reator nuclear terrestre ao presidente do Uzbequistão, Shavkat Mirziyoyev. “Hoje, o Uzbequistão já é um parceiro fundamental da Rosatom em diversas áreas de cooperação. O contrato assinado em maio do ano passado para a construção de uma usina nuclear de baixa potência de projeto russo na região de Jizzah, com capacidade total de 330 MW, tornou-se o primeiro contrato de exportação do mundo para a construção de pequenas usinas nucleares. Esta é uma demonstração clara da liderança do Uzbequistão no desenvolvimento de tecnologias de baixo carbono e das relações estreitas e de confiança entre nossos países e povos”, enfatizou Alexey Likhachev.
