A Rosatom chegou à propulsão elétrica
de volta ao conteúdoA propulsão elétrica é um novo negócio importante e de rápido crescimento para a Rosatom. Duas grandes plantas estão sendo construídas para a produção de baterias, e no próximo ano, uma planta para a produção de motores elétricos começará a operar. Além disso, a infraestrutura de recarga elétrica está sendo desenvolvida. Tudo isso contribui para o desenvolvimento de uma indústria completa de veículos elétricos na Rússia.
A Rosatom começou a trabalhar no setor de veículos elétricos em 2019, apostando de que essa área crescerá rapidamente. A eletromobilidade ajuda a melhorar a situação ambiental nas cidades, reduz os níveis de ruído e, assim, melhora a qualidade de vida das pessoas. Além disso, os veículos elétricos são um novo e cada vez mais importante consumidor de eletricidade. É importante que a fonte dessa eletricidade seja limpa. No caso da Rosatom, é o que acontece, já que as usinas nucleares da estatal produzem eletricidade livre de carbono.
Levando em conta todos os fatores, a Rosatom decidiu desenvolver diversos componentes e produtos para o segmento de veículos elétricos. Uma das principais áreas é a produção de baterias de tração para vários tipos de veículos elétricos e sistemas de armazenamento de eletricidade para empresas industriais e de energia elétrica. Até o momento, a capacidade de produção das empresas é pequena, de 450 MWh por ano. Mas, em 2025 e 2026, após a entrada em operação de duas plantas, uma em Kaliningrado e outra em Moscou, essa capacidade aumentará para 8,5 GWh ao ano. Isso possibilitará o fornecimento de baterias para cerca de 100 mil veículos elétricos. Há também três centros de P&D que receberam mais de 100 patentes.
Já está claro que as baterias estarão em alta demanda entre os fabricantes russos de veículos elétricos. A bateria representa cerca de 40% dos custos deste tipo de carro, pelo que a Rosatom, em conjunto com os seus parceiros, está desenvolvendo o conceito de “bateria como serviço”, ou seja, a bateria será excluída do preço de um carro elétrico, e o proprietário fará um pagamento mensal de locação dessa bateria. Após um certo nível de degradação, a bateria será devolvida ao fabricante, que poderá utilizá-la em suas oficinas e centros, em condições mais suaves de carga e descarga. Assim, o fabricante poderá utilizar a bateria de forma mais eficiente e ambientalmente sustentável, prolongando a sua vida útil. Por sua vez, o consumidor obterá condições de compra mais confortáveis e a confiança de que poderá substituir a bateria por uma nova a qualquer momento, prolongando a vida útil de seu veículo elétrico.
Desde matérias-primas até veículos
Para garantir a independência tecnológica, uma cadeia produtiva completa está sendo construída, a partir de matérias-primas de lítio. Na Rússia, a divisão de mineração da Rosatom está desenvolvendo um projeto para a produção de compostos de lítio a partir do depósito de lítio de Kolmozersky, localizado na região de Murmansk. No exterior, o setor de lítio dentro da estrutura da Rosatom está sendo desenvolvido pela empresa Uranium One Group. No ano passado, a empresa assinou um acordo-quadro com a estatal boliviana YLB (Yacimientos de Litio Bolivianos) para criar um complexo industrial para a produção de carbonato de lítio. A divisão de combustíveis dedica-se à criação de materiais (cátodos, anodos e eletrólitos) necessários para a produção de células de combustível.
A segunda frente de negócios é a produção de propulsores elétricos para veículos elétricos. No próximo ano, a Rosatom lançará a produção em massa de outro importante componente do transporte elétrico: acionamentos elétricos integrados de tração. Os primeiros propulsores elétricos serão instalados no veículo elétrico Atom, que será produzido na fábrica de automóveis de Moskvich, a partir de 2025.
A terceira linha de negócios é a produção de componentes eletrônicos. A quarta é a construção de automóveis com o design e criação de carrocerias a partir de materiais compostos. O conceito de tal veículo, uma van de entrega na “última milha” (etapa final na qual o produto chega ao cliente), com design futurista, foi apresentado na Atomexpo 2024. Uma característica especial do conceito é uma plataforma universal, a partir da qual é economicamente rentável produzir carros mesmo em pequenos volumes (cerca de 2 a 10 mil unidades por ano).
Finalmente, a quinta linha importante é a criação de infraestruturas de reabastecimento elétrico. No ano passado, juntou-se à Rosatom uma líder de mercado, a Parus Electro, que tem capacidade de produção e competência para fabricar complexos de reabastecimento elétrico. Com base nisso, a Rosatom planeja desenvolver redes de carregamento rápido e lento.
Ao mesmo tempo, uma frente de negócios alternativa está sendo desenvolvida, que é a criação de um sistema para substituição robótica rápida (de 2 a 10 minutos) de baterias. Um projeto-piloto foi lançado com um dos clientes, parâmetros de trabalho estão sendo desenvolvidos e preparativos estão em andamento para sua expansão.
A Rosatom está presente em todos os segmentos-chave do mercado de eletromobilidade, trabalhando em estreita colaboração com seus parceiros. Em conjunto com órgãos governamentais, a Rosatom desenvolve um marco regulatório e participa de projetos de cidades para implantação de uma rede de postos de abastecimento elétrico. Ela está trabalhando em modelos de cooperação com fabricantes de veículos elétricos que devem tornar os veículos elétricos mais acessíveis e, assim, aumentar esse segmento de mercado. Por fim, a Rosatom está popularizando a eletromobilidade entre os consumidores e estudando a experiência do usuário, tentando torná-la o mais conveniente possível.
Há também exemplos de cooperação com parceiros estrangeiros. Assim, a Rosatom fornece dispositivos de armazenamento para fabricantes de trólebus de Belarus com maior autonomia de deslocamento, que, por sua vez, reabastecem a frota de transporte de passageiros de São Petersburgo. Entrar no mercado externo com soluções no segmento de eletromobilidade é uma das tarefas desse negócio. “Todas as nossas linhas de negócios envolvem a entrada em mercados externos. Isso é importante porque significa que somos competitivos em escala global“, disse na Atomexpo Natalya Nikipelova, presidente da TVEL, empresa de combustível da Rosatom.